Por Caroline Albanesi
Wilma supera, é gente como a gente.
Posso afirmar que dificilmente encontro pessoas realmente sensíveis. Não falo daquela sensibilidade egoísta, que se restringe apenas à nós e àqueles que amamos, mas do sentimento que invade o peito quando as emoções de um desconhecido se refletem em nosso coração.
Wilma Sales, 67,a princípio não teria muitos motivos para sorrir. Perdeu um filho quando este ainda era jovem e há poucos meses ficou viúva, seu marido e companheiro de anos faleceu enquanto ela viajava, fazendo trabalho voluntário.
Suas dificuldades sempre foram ultrapassadas com muita força e persistência. Não acredito que exista dor mais forte do que a perda de um filho, e Wilma também. Por isso, criou o “Grupo de Mães”, projeto que reúne mães que perderam seus filhos e que substituíram o sofrimento pelo trabalho, passando a produzir enxovais de bebês que são entregues às grávidas do sertão nordestino.
Hoje, elas já são em mais de cem, dividindo-se entre as tarefas de arrecadar, costurar, e produzir os enxovais, que são recebidos com alegria por mães que muitas vezes não têm uma roupinha para envolver seus filhos após o parto.
Wilma caminha enxergando o próximo, estendendo as mãos para ajudar aqueles que alcança e serve de exemplo ao mundo, que mesmo a desconhecendo, recebe a semente de esperança deixada no coração das vidas do sertão que chegam ao mundo de forma diferente.
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