quarta-feira, 31 de março de 2010

Comissão Jovem

Por Gabriela Montesano

Por curiosidade, digitei "Gente como a gente" no Google e descobri uma entidade localizada em Planaltina (DF).

"A Comissão Jovem Gente Como a Gente é uma entidade beneficente, sem fins lucrativos, de assistência social, cujos trabalhos são voltados em prol dos portadores de deficiência de Planaltina-DF.
Criada no ' Ano Internacional das Pessoas Deficientes ', 1981, foi Registrada em cartório em 1983. Seu campo de atuação é bastante diversificado, envolvendo ações nas áreas de educação, saúde, trabalho, emprego, cultura, esportes, assistência social, além do lazer e o entretenimento.

É uma entidade de luta."

A entidade tem vários objetivos em prol do deficiente. Ela busca meios de facilitar a vida deles, encaminhando ao mercado de trabalho, realizando visitas domiciliares, realiza atividades sociais, participa de competições esportivas, luta pela causa do portador de deficiência.

Se você quiser saber mais sobre a entidade, acesse o site Comissão Jovem Gente Como a Gente.

terça-feira, 30 de março de 2010

Gente como a gente e seus irmãos.

Por Manuela Carvalho.

Estava navegando pela internet e descobri os irmãos de Gente como a gente.


Gente como a gente no WORDPRESS.
http://gentecomoagente.wordpress.com/

Gente como a gente no BLOGSPOT.
http://www.gentecomoagente.blogspot.com/


Entre lá e descubra as semelhanças!!!!

segunda-feira, 29 de março de 2010

O jornaleiro que é gente como a gente!

Por Manuela Carvalho

Júnior é jornaleiro e é gente como a gente.

“Manhee, vê se tem 14 reais aí”, começou Francisco Ranieri Junior , o famoso jornaleiro da Av. Paulista. Meio garotão, mas bem maduro, ele completou 42 anos, gaúcho porém se considera paulista.“Minha vida é um jogo aberto e não tenho nada a esconder”, assim começou contar sua história.

A banca é uma herança familiar, fundada pelo seu pai e seu tio em meados de 70." Jovem Banca" foi uma das primeiras bancas na região paulistana, quando a grandiosa av. Paulista ainda não estava pronta. A correria da rua mais agitada de São Paulo permite que Junior trabalhe no mínimo 10 horas por diasua banca fica aberta 24 horas.

“Porque somos conhecidos? Eu acho que é pelo do atendimento, variedade, simpatia e localização, é um mix de coisas”. Sempre bem humorado e espontâneo, diz que nasceu para esse trabalho, adora se comunicar com as pessoas. Considera-se um homem de sorte, e revela que sua base para acordar otimista todos os dias sempre foi a família.

"Revistas, jornais, livros, cigarros... Pode-se considerar uma banca completa. Entretanto, a de Junior é especial. Lá se encontra sua “galeria”. No canto da loja, revistas de mulheres nuas autografadas. “Já me ofereceram mil reais pela revista da Sabrina, mas eu não vendi não.”

Além da banca ser conhecida pela sua galeria de mulheres peladas, o jornaleiro produz eventos. Participou ano passado na Virada Cultural, com 12 horas de música ao vivo sem parar.

A loja já passou por várias histórias de roubos, vandalismo e loucuras. Francisco estava no dia em que o São Paulo Futebol Clube se tornou campeão da Copa Libertadores da America, para defender sua banca teve que se fingir de são paulino sendo que torce pelo Corinthians. “Uma vez uma mulher tirou a blusa na minha banca, e eu desesperado pedindo para ela vestir-se novamente”.

Seu dia é resumido pelo trabalho, as vezes sai para namorar, luta Jiu Jitsu quando pode e tem a comidinha sempre preparada pela mamãe. “Quando eu acordo minha mãe prepara as coisas que eu gosto, geralmente ela deixa a comidinha pronta”.

“Casei muito novo, tinha 20 anos minha mulher apenas 15. Você acredita que eu tive que pedir autorização do juiz para me casar?”,conta o jornaleiro, mas diz que se separou após 15 anos de matrimônio e mantém uma relação ótima com sua ex-mulher, que também trabalha em sua banca.Com um filho de 22 anos chamado Francisco, ele espera que siga a mesma carreira que a sua, porém não parece muito interessado e preferiu cursar Administração. Após a separação, decidiu morar com sua mãe Maria Beatriz por quem é bastante paparicado.

Ano passado, Junior se formou em turismo e pretende ainda estagiar em uma agência. Sempre muito esforçado, ele usou o aprendizado da faculdade para aplicar em sua banca. Lá aprendeu a mexer no computador e até criou um site. “Eu sei muito como funcionam as coisas na faculdade, meu filho não conseguiria me enganar”.

A "Jovem Banca" fica embaixo do prédio da Jovem Pan, onde os integrantes do PÂNICO trabalham. "Como todos os dias eu ia lá entregar jornal, fiz amizade com o Emilio" , assim várias promoções do pânico são feitas aqui, como vender revistas autografadas dos famosos que vão a rádio.



confira a tarde de autógrafos da Priscila do BBB na "Jovem Banca" :

http://www.youtube.com/watch?v=V7Qs5zAgVLs
Entrevista de Júnior no Pânico:

http://www.youtube.com/watch?v=96ivclr1tJ4
O site da banca também está disponível :

http://www.jovembanca.com.br/

domingo, 28 de março de 2010

Fim de Semana

Por Manuela Carvalho
Nesse fim de semana conheci o Júnior, o famoso jornaleiro da Av. Paulista!!!!!
Não Percam!!! AMANHÃ!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Esperança renovada

Por Caroline Albanesi

Wilma supera, é gente como a gente.

Posso afirmar que dificilmente encontro pessoas realmente sensíveis. Não falo daquela sensibilidade egoísta, que se restringe apenas à nós e àqueles que amamos, mas do sentimento que invade o peito quando as emoções de um desconhecido se refletem em nosso coração.

Wilma Sales, 67,a princípio não teria muitos motivos para sorrir. Perdeu um filho quando este ainda era jovem e há poucos meses ficou viúva, seu marido e companheiro de anos faleceu enquanto ela viajava, fazendo trabalho voluntário.

Suas dificuldades sempre foram ultrapassadas com muita força e persistência. Não acredito que exista dor mais forte do que a perda de um filho, e Wilma também. Por isso, criou o “Grupo de Mães”, projeto que reúne mães que perderam seus filhos e que substituíram o sofrimento pelo trabalho, passando a produzir enxovais de bebês que são entregues às grávidas do sertão nordestino.

Hoje, elas já são em mais de cem, dividindo-se entre as tarefas de arrecadar, costurar, e produzir os enxovais, que são recebidos com alegria por mães que muitas vezes não têm uma roupinha para envolver seus filhos após o parto.

Wilma caminha enxergando o próximo, estendendo as mãos para ajudar aqueles que alcança e serve de exemplo ao mundo, que mesmo a desconhecendo, recebe a semente de esperança deixada no coração das vidas do sertão que chegam ao mundo de forma diferente.

Um homem de aço, mas não totalmente

Por Sabrina Fantoni

Canceriano, palmeirense, casado há 51 anos, homem cheio de conceitos e princípios, de fé imensurável. A primeira vista soa como uma incógnita, impressão desfeita logo após a primeira troca de palavras, mostrando-se um homem sensível, apesar de um pedaço de aço em seu peito devido a um enfarte.

Nascido no interior de São Paulo, em 1932, na cidade de Itatiba, Roberto Salvagno inicia sua grande história de vida. Perdeu sua mãe aos dois anos de idade, vivia com a madrasta, um irmão mais velho que faleceu aos 23 anos de idade de uma doença chamada nefrite, que naquela época não se tinha muitos recursos para ser tratada, e o pai; pessoa a quem se refere com muito carinho, mencionando ser um homem excepcional e íntegro. Já sua madrasta, o criou na base das pancadas, havendo muitos atritos. Ainda assim, a chamava de mãe, pedia-lhe sua benção e sentia amor por sua pessoa. Seu Roberto, senhor agradável, acolhedor e com um ótimo senso de humor, conteu-se para não soltar alguns “palavrões” quando entramos no assunto sobre a política brasileira. Para ele, nesse caso, não existe exceção para a regra, todos não prestam. “É tudo filho de qualquer coisa, menos de mãe” diz ele. Tudo o que Seu Roberto não é, é um homem alienado, lê jornal todos os dias, se mantém atualizado, tanto que fez algumas analogias com as políticas japonesa e americana.
Foi numa festa de São João que Seu Roberto conheceu a pessoa mais importante de sua vida, Dona Marina, sua esposa a 51 anos, com quem tem cinco filhos. Família pela qual batalhou muito para nada lhes faltar. Quando completou a maioridade, inscreveu-se na polícia rodoviária de São Paulo, lugar onde aprendeu a fumar e a ser bobo, segundo seus companheiros de trabalho. Eles não falavam, mas pensavam pelo fato de Seu Roberto nunca ter aceitado nenhum tipo de propina de traficantes e contrabandistas. Ficou lá durante oito anos até virar motorista particular do dono da empresa onde trabalhou mais dezesseis anos, ele sentia que possuía mais utilidades a ser apenas um motorista, e conseguiu se infiltrar em outros cargos. Mudou de emprego tornando-se coordenador geral de transportes da caloi por seis anos, a saga (assim intitula sua trajetória) continuou quando parou no real expresso sendo gerente geral. Trabalhou 42 anos até se aposentar, mesmo com o inps constando que foram só 32 anos de trabalho.
Homem de espiritualidade forte, cristão católico, com uma fé inabalável. Ainda criança, quando saiu de Itatiba para morar na casa de uma tia solteirona, adquiriu uma violenta sarna pelo fato de dormir no chão com os cães. Médico nenhum conseguiu dar jeito na situação, estava em carne viva quando seu avô deu um basta, matariam a sarna antes que ela o matasse. Seu Roberto foi levado a uma benzedeira que salvou a sua vida indicando um sabão de cinzas para tomar banho. Ele sarou.
Durante 39 anos foi fumante, tornou-se um homem obeso, chegando a pesar 114 quilos, até que enfartou pela primeira vez, porém, não percebeu. No segundo a história foi diferente; “a dor do infarto põe dor de parto e renal no bolso”, diz ele. No segundo enfarto, acordou ensopado de suor e com âncias. Esperou passar a dor para não ter que acordar Dona Marina, até que a dor voltou com mais intensidade e a acordou, avisando que estava enfartando. Ficou internado 36 dias, passando por cateterismos, cirurgias, e por uma sensação de impotência única. E aquele famoso filme da nossa vida passando pelas nossas vistas. Hoje, Seu Roberto tem quilos a menos, um pedaço de aço em seu peito, não tem mais o vício do cigarro, faz caminhadas todos os dias e se sente muito mais disposto. Ele conta que quando saiu da estadia no hospital, passando pela paulista desabou em prantos. “É uma sensação, sei lá, que você ganhou uma vida, que você foi um tremendo de um “mané”, fazendo coisa que não devia fazer para ganhar um presente que não precisaria ter ganhado se ouvisse as palavras sábias do médico do hospital sorocabano. Me achei o super- homem, no fim eu sou um super -tonto”
Seu Roberto é palmeirense roxo, adora ver futebol, mas não joga. Não queria falar muito sobre o assunto pela derrota do dia anterior, outros hobbys que ele tem é pescar e dirigir, só teve 3 multas em 57 anos de carteira, e dois acidentes de carro. “Me amarro em pegar a estrada e admirar aquilo que Deus criou”. Quando era jovem gostava de lutar boxe, mas por repressão de seu pai, abandonou. Seu Roberto, aos 76 anos é um homem completo, admirado e amado por sua esposa, seus cinco filhos e sete netos. Mostra-se satisfeito com aquilo tudo que conquistou, pelo ser humano que se tornou, não guarda mágoa de nada e de ninguém, e quer que Deus lhe dê saúde e força pra ajudar aqueles que precisam de sua ajuda. “O homem vai para a lua, mas não consegue amenizar o sofrimento das pessoas”, afirma ele ao falar de pessoas que sofrem de doenças ingratas como o câncer.

terça-feira, 23 de março de 2010

Eu amo São Paulo

Por Gabriela Montesano

Dona Maria do Carmo foge às regras, mas também é gente como a gente.

Não me lembro de um segundo sequer de silêncio enquanto Dona Maria estava no salão de beleza. Papo vem e papo vai muito rápido com ela. A senhora de 71 anos é conhecedora de tudo o que já se ouviu falar neste mundo. Pra cada assunto ela tem uma história. Mas tem uma frase que ela não para de repetir: "Eu amo São Paulo".
A alagoana é apaixonada pelo Brasil e principalmente pela cidade de São Paulo. Fala com o maior orgulho que é brasileira e não pensa em sair daqui nunca. Coitado de quem abrir a boca pra falar mal de alguma coisa do Brasil; Dona Maria já ataca o sujeito com um belo discurso. Não são poucos os casos em que brigou defendendo a pátria. Um deles aconteceu dentro de sua casa, com um colega de faculdade do filho do meio. Dona Maria falou que é sempre direta e verdadeira, então dessa vez não foi diferente. Ela perdeu a paciência com o rapaz, filho de japoneses, que ficou defendendo e elogiando o Japão, falando mal do Brasil. Mandou-o ao Japão e disse pra não voltar mais enquanto não soubesse dar valor ao país em que vive. Ela contou os casos com orgulho no salão, gritando ao final de cada um: "Eu amo São Paulo, eu amo o Brasil! Não falem mal perto de mim".
Viúva e mãe de três filhos, reclama da sociedade acomodada e de mulher que não tem atitude. "Mulher tem que se impor, não tem nada que ficar atrás do marido de boca fechada, sem saber o que dizer" - fala alto para todo o salão ouvir.
Como Dona Maria é puro amor à pátria, ela conta que já conheceu quase o Brasil inteiro e que conhece alguns países da América Latina, mas que da Europa ela nem quer saber. Orgulhosa, diz que não quer ser igual aos outros que vivem falando bem dos países europeus e nem conhecem o próprio país. Sua filha, Patrícia, que também estava no salão, disse que segue o exemplo da mãe e preferiu conhecer todo o Brasil primeiro e só agora ela vai visitar a Europa. Já o irmão, contrariando as duas, é apaixonado pela Alemanha e quer morar no país quando possível.
Pra quem pensa que Dona Maria só nutre um amor pelo país se engana, ela também é a cara do Brasil, sabendo inclusive debater sobre futebol. E ainda acrescenta, durante a conversa, que não entende muito, mas torce para o São Paulo, porque tudo o que remete à cidade ela gosta.
Durante uma hora Dona Maria não parou de falar e todo fim de conversa levava ao amor à cidade e ao país, sempre terminando com a frase em alto e bom som "Eu amo São Paulo!"

segunda-feira, 22 de março de 2010

A atriz que é gente como a gente!


Por Manuela Carvalho

Marcia quer ser atriz, e é Gente como a Gente.

Marcia Bernardes completou 56 anos, e ainda é estudante. A escola de Teatro Nilton Travesso é o local onde passa quase todas as noites, e quando é preciso vai aos finais de semana. Marcia é considerada pela classe como a "engracadinha". (Eu como sua colega posso dizer que toda ocasião é motivo de piadas.)
Persistente, ela faz o curso profissionalizante e estuda todos os dias das 19 horas às 22h e 45 minutos. "QUANDO CONCLUIR O CURSO DESEJO TRABALHAR NA ÁREA DE TELEVISÃO, ESPECIALMENTE COM PEGADINHAS. EU GOSTO MUITO DE ATUAR, MESMO COM 56 ANOS." ( Já que adora fazer as pessoas rirem ).
Nascida no Paraná, Marcia veio para São Paulo muito cedo. Desde os 6 anos, já trabalhava na mídia, fazia desfiles de moda para a TV Tupi. Algum tempo depois já tocava piano nos programas da tarde na mesma emissora de TV. Por trabalhar na TV, ela foi convidada para fazer algumas peças.
Após um longo período, Marcinha se casou e assim deixou o mundo do teatro. Não tinha mais tempo para ser atriz, já que tinha que cuidar de seus filhos.
A vontade era tanta que após se separar de seu marido, voltou a pensar no teatro. Foi no ano de 2009 que ela voltou a colocar seu sonho em prática. Pode-se considerar dificil voltar a sonhar com essa idade, já que a maioria das pessoas nessa idade se aposentam.
Na classe da escola tem 18 alunos, todos em sua maioria jovens. Marcia participa de todas as conversas e mostra que a idade não a impede de se enturmar.
Apesar do cansaso, Marcia continua firme e forte e vai às aulas, faz as provas e, por sua vez, demonstra toda suas habilidades em cena.



Veja Marcinha fazendo as pegadinhas no programa CQC :
http://www.youtube.com/watch?v=vqvLlc2t-MA

sexta-feira, 19 de março de 2010

Roberto Saviano


Por Gabriela Montesano

Hoje é sexta-feira e ninguém mais aguenta escrever/ler textos grandes (bom, eu não aguento), então vou mandar um post bem light pra vcs!

Vou mandar o perfil do Roberto Saviano, aquele que escreveu o livro Gomorra, que ficou bastante tempo entre os bestsellers, no ano passado. Pra quem conhece, é interessante ler um pouco mais sobre a história dele. Para aqueles que não conhecem nada sobre o sujeito: façam o favor de ler!

Roberto Saviano nasceu em 1979, em Napoles. Formado em filosofia pela Universidade de Napoles, ganha a vida como jornalista e escritor, usando esses dois meios para analisar a realidade. Seu primeiro livro, Gomorra, foi lançado em 2006. O jornalista arriscou sua vida para obter informações, vivendo em meio à grande máfia napolitana, e hoje é jurado de morte. O livro rendeu 2 milhões de cópias apenas na Itália, tendo, mais tarde, repercussão no mundo todo.
Hoje, Saviano vive como refugiado e é protegido 24h por dia pela polícia. Seu segundo livro (o qual estou lendo) -O Contrário da Morte- lançado há pouco tempo, relata duas histórias, unidas pela Itália do Sul, onde amor e morte se confundem e onde a máfia napolitana está sempre presente.

Eu recomendo a leitura de Gomorra e quanto ao segundo livro conto depois que terminar de ler.

O site do escritor é bem interessante e contém artigos, fotos e informações sobre ele: http://www.robertosaviano.com

quinta-feira, 18 de março de 2010

Das coisas que passam despercebidas.

Por Vanessa Yazbek


Ana se dizia uma desacreditada no amor. Estava sozinha, enrolada com mil pessoas, consigo mesma.. não encontrava uma estabilidade e nem mesmo a queria, por achar que o estável culminaria, indubitavelmente, numa prisão. Se entregava, porém, ao que parecia ser qualquer e toda forma de amor sincero e livre que encontrava por aí, enquanto maldizia o sentimento para o vento, tentando se convencer do que falava..

Vitor, tratava o amor da forma como ela menos podia suportar.. não admitia que estava à procura dele e nem se dava espaço para vivê-lo. Achava mesmo que sua auto-suficiência era o bastante e que seria (quase) impossível encontrar o amor novamente. Ele se convencia disso profundamente, todos os dias, e não deixava transparecer a mínima fraqueza para os outros ou para si.

Ela olhava pra ele sem o mínimo interesse.. Ele também.

Por tempos não passaram de dois bons conhecidos que dividiam certos gostos em comum.. conversavam sobre o tempo, sobre música.. e era só até aí que os poucos minutos que resolviam dividir com uma conversa, os levava. Nunca falavam sobre os sentimentos, sobre o mundo.. nunca deixavam que o assunto os penetrasse mais do que o superficial, ou que um olhar fosse além do vazio mundano.

Tentavam se aproximar com abraços repentinos, em demonstrações inesperadas de carinho, quando havia alguma brecha na barreira de concreto que cada um havia criado pra si...e era bom. Tão bom! Mas não sabiam explicar exatamente o porque.. e nem sequer queriam tentar. Se tentassem realmente, iam cair numa indagação profunda sobre o que acontecia entre eles, e isso culminaria em algum dos dois indo embora, sem pensar pela segunda vez.. por medo, por auto-defesa.

Era melhor que as coisas ficassem assim, no não-explicado, no não-dito e feito..

Achamos o trailer do filme " Gente como a Gente"

Por Manuela Carvalho

Achamos o trailer filme ordinary people ( traduzido como gente como a gente ).

http://www.youtube.com/watch?v=UZYHe8IAlto

Espero que gostem.
Beijos

quarta-feira, 17 de março de 2010

Curiosidade

Por Gabriela Montesano


'Gente como a gente' é o nome de um filme de 1980 e, por mera coincidência, nosso blog tem esse nome. Confesso que nem sabia da existência do longa metragem até alguns dias atrás. A ideia do nome surgiu da Carol, já que queríamos contar histórias de pessoas que passam pelas nossas vidas todos os dias. Aquelas histórias que a gente vive junto ou de gente distante mesmo, que a gente só ouve falar.

Pra sanar a curiosidade de vocês, aí vai a sinopse do filme:

"A morte prematura de um dos filhos de Beth causa um grande impacto na família. Porém, Conrad, um dos irmãos, é o mais afetado, considera-se o culpado pela morte de seu irmão e tenta o suicídio. Depois disso Beth leva Conrad para fazer um tratamento psiquiátrico e faz de tudo, junto com o outro irmão, para manter as aparências de que sua família ainda está unida e bem estruturada."

Fonte: http://www.cineplayers.com (site sobre o mundo do cinema).

terça-feira, 16 de março de 2010

Ela me deu um abraço

Por Caroline Albanesi

Dona Guiomar não é alguém comum, é especial, gente como a gente.


Entra com aplausos, caminha pelo extenso corredor e sobe ao palco, iniciando a noite com uma breve oração. A palestra dura apenas 30 minutos, e mesmo assim reúne 5 mil pessoas que saem de suas casas para ouvir a jovem senhora de 81 anos, conhecida como Dona Guiomar.
Perseverança. É neste Centro Espírita Kardecista que Guiomar atende indivíduos de diferentes religiões que buscam alguma ajuda. Só vendo para crer o que aqueles brilhantes olhos negros são capazes de decifrar e o que suas palavras exercem sobre os que passam em sua “salinha”. Tem fila de espera. Uns aguardam meses por 3 minutos ao seu lado. Relacionamento, finanças, doenças,...Não precisa falar, ali quem fala é ela. Contraria laudo médico, cirurgias pré-agendadas, discursa sobre os problemas nas empresas, depressão, e até amor. O resultado da conversa é evidenciado pela crescente freqüência de novos admiradores.
Acorda, ora, estuda, trabalha. Nunca pensou pequeno. São 4 filhos, 14 netos, 10 creches e 2 mil crianças atendidas, a quem visita e acompanha pessoalmente. Discutir com Guiomar é relembrar os tempos de enciclopédia, em que todas as informações estavam num só lugar. Ela sabe de tudo um pouco. Justifica argumentos usando a Ciência, com questionamentos embasados.
No palco com teto de céu, seus gestos são quase teatrais. As perguntas chegam por meio de pequenos papéis e as respostas se iniciam com a frase: “Ó gente minha, ó minha gente”. E elas se sentem assim. Há mais de 40 anos enxerga companheiros sentados no mesmo lugar. Seus quase 6 mil trabalhadores voluntários dispersam-se pelos prédios e salas da rua Bruna, na zona leste de São Paulo, em atividades de auxílio coordenadas pela presidente.
Vestida de branco, salto alto de tom neutro, cabelo arrumado, postura ereta e confiante, é assim que se apresenta. Cada dia um novo tema, sustentado com exemplos reais, estudos científicos, espiritismo, evangelho, e por vezes, sutis brincadeiras que encantam os ouvintes. O caminhar é leve, o português impecável, principalmente para quem aprendeu a ler sozinha num sitio onde morava com os pais e cinco irmãos no interior de São Paulo, e os ensinamentos, surgem do exemplo vivo de amor e dedicação ao próximo que representa.
Amiga fiel de Chico Xavier, aprendeu que nem sempre fazer o Bem é fácil. “Viver não é um simples espaço entre o nascer e o morrer, é dinamizar a vida com atos de fraternidade”. Assim decifra suas condutas, e espera daqueles à sua volta. Incentiva o trabalho solidário, desvinculado de crenças e da política, do que se mantém distante. No Perseverança vai quem quer. Pagar não é preciso, muito menos fazer propaganda.
Já são 21h25. Hora de apagar as luzes. Ela já entendeu, é tempo de despedir-se com uma rápida mentalização sobre Deus, vida e o tema abordado. As pessoas se levantam, aplaudem e buscam aproximar-se, quase que impedidas pelo grupo de músicos e pela equipe de organização que a escoltam até a porta de saída, onde abraçará aqueles que conseguiram uma senha para a noite. De certo, é mais do que um contato físico. Pode ser um encaminhamento para um dos tratamentos da casa, uma palavra esclarecedora, ou para simplesmente receber a energia dela como tantos falam.
Ela olha, sorri, aconchega, e os receptores saem sussurrando como se tivessem ganhado um troféu: “ela me deu um abraço”.

segunda-feira, 15 de março de 2010

O problema é seu.

Por Sabrina Fantoni

Lembro-me nas aulas de semiótica quando o assunto era sobre vivermos em uma sociedade apática, indiferente e mecanizada; embora eu concordasse com tudo aquilo não me recordava da última vez que brotou em mim algum esboço de solidariedade e compaixão. Andava eu todos os dias pelo mesmo caminho, econtrava os mesmos rostos no ônibus, as mesmas conversas, e as músicas altas no celular também eram as mesmas.
Todo o contexto continha um ar nauseabundo, desmotivante. As feições e expressões eram idênticas em traços diferentes.
Foi quando, em um dia qualquer,decidi exercitar minha empatia. Havia tantas leituras singulares e eu as interpretava ao meu modo. Umas me diziam: " O que será que eu vou falar para o meu chefe? prometo nao chegar atrasado amanhã" ou algo como: " Não aguento mais gastar tanto dinheiro e comer tão pouco, preciso achar um restaurante mais barato perto do trabalho". Na maioria das vezes captava problemas avulsos. Ás vezes me arriscava a reconhecer alguma característica que denunciasse alguém caído de amor ou que estivesse imerso numa dor imensurável.
Fato é que ninguém se importa. Mesmo se nos importássemos, como poderíamos nos ajudar? Eu também não sei.
Uma vez vi uma colega de sala indo chorar no banheiro; fui atrás. Assim que começou a me contar percebi que aquele problema para ela era irresoluto,enquanto que para mim, a coisa mais simples possível. Devo dizer que mesmo aos prantos, eu conseguia ver comicidade na história; sobretudo pureza e ingenuidade. Estava ali, a minha frente, o maior problema do mundo. Ela chegava atrasada ou não ia mais às aulas; não dormia direito. É, ela estava vivendo um grande dilema. Dilema do qual muitas pessoas pagariam pra estar vivendo no lugar de seus próprios.
E pensar que tem gente que chega todos os dias em casa para cuidar de algum familiar em estado terminal; ou um filho que mal fala com o pai e se tranca em seu quarto ao pisar os pés em casa. Ou também aquela pessoa que sofreu uma grande humilhação ou uma invasão que a marcará para sempre desde então. Alguém que acabou de fazer a pior escolha de sua vida, alguém que acaba de receber a notícia de que a pessoa amada se foi; Alguém que feriu irremediavelmente uma pessoa. Alguém que dorme nas ruas e sabe que dormirá mais uma vez no concreto esta noite. O apaixonado que nunca será correspondido. O ocioso que arranja maneiras de não se sentir tão inútil. O pervertido que gostaria de ter autocontrole; o malandro que todo dia dá o seu jeitinho de passar a perna; o marido que já não deseja mais a mulher. Todos nós voltamos pra casa todos os dias. Deitamos a cabeça no travesseiro todos os dias e temos os maiores problemas do mundo, todos os dias de nossas vidas.
Essa sou eu, que te enxergo além ou mal te percebo ao te esbarrar. essa sou eu que ao te escutar no corredor, só saio de casa após você ter pegado o elevador para não ter que ensaiar uma conversa. Essa sou eu, que tem os maiores desejos do mundo e também os medos. Assim como você, eu sou.

José

Por Gabriela Montesano

José é alguém comum, é mesmo gente como a gente.

Quando conheci José, ele tinha amigos, família, namorada, um salário digno, uma casa sempre cheia de admiradores. Mas José não conseguia se alegrar com suas próprias conquistas. Era sempre assim, um problema atrás do outro, um defeito aqui, outro ali. Ele não conseguia ver além do que estava a sua frente, como se sempre existisse uma barreira que o impedia de enxergar através.
Ninguém entendia o que fazia dele tão infeliz, o que existia de tão mau naqueles pensamentos, naqueles sonhos. Alguns até se irritavam com a sua então considerada ingratidão. Outros tinham dó, como se ele realmente fosse um coitado no meio de toda sua confusão. O problema é que José se preocupava com o que todo mundo dizia, como se fosse da sua obrigação agradar ou desagradar alguém.
Por mais que falassem mil vezes, ele não se sentia parte de uma família, digno de um amor ou um salário e muito menos conseguia ver sua casa cheia. Era como se não existisse ninguém ali. Nada parecia mudar na vida de José e ele se negava a fazer mudanças que acreditava serem necessárias.
Quantas vezes tentaram dizer, tentaram mostrar, tentaram ensinar José a viver. Quantas vezes quiseram sorrir, quiseram chorar, quiseram compartilhar a vida com ele. Mas ele estava preocupado demais se preocupando com o amanhã, com o futuro que talvez nem viesse a existir. Precisava sempre contar com alguém que ouvisse suas infelicidades ou sua suposta alegria. Queria sempre um para dizer que entendia o que se passava, pra colocar a mão na cabeça, pra compartilhar o mesmo ar pesado.
Ninguém entendia o que acontecia com José, por que ele era assim. Ninguém conseguia entender.
Então José deixou os amigos, acreditando que eles o tinham abandonado. José terminou com a namorada, acreditando que ela o tinha deixado. Demitiu-se do emprego, acreditando que o queriam fora dali. Sua casa ficou vazia, sua cabeça ficou cheia. E ele continuava acreditando numa possível conspiração do universo. Sempre se explicava de forma tola. Sempre acreditava que tudo se movia contra ele.
Eu realmente acredito que José acreditou nas pessoas e se feriu, criou expectativas e se desapontou. Mas não posso crer que todos devam se lembrar de suas dores antes de lhe dirigir a palavra ou de agir conforme suas vontades. Eu creio que cada um teve sua dor também - maior ou menor do que a de José – porém, o maior erro e a incompreensão que caminha com ele é por não acreditar nessa possibilidade.

Ela que faz a gente feliz.

Por Manuela Carvalho

Alda Correia, aeromoça da compania Gol, é mesmo gente como a gente.

Eu a conheci durante a minha viagem de Salvador para São Paulo pela Compania Gol. Ela andava com um pedaço de metal na mão rindo "Calma, esse material não faz parte do motor e ele não está quebrado". Os passageiros já rindo perguntaram qual era o segredo da sua alegria, "Olha gente, eu sou assim porque ganho 20 mil reais por mes, hahaha, to brincando não chega nem perto disso, portanto nem pensem em me sequestrar" disse a Aeromoça.

Alda tem 38 anos e ainda é solteira, porém não perde a chance de achar o seu amor "Toda semana eu estou em um canto do Brasil, mas quando posso tento sair e conhecer gente nova, quem sabe ele ta me esperando lá em São Paulo né?". Como viaja sempre, ela resolveu não ter filhos para que eles não sentissem sua falta. Os seus pais moram em São Paulo, e quando Alda tira férias ela tenta ficar mais presente na vida de seus parentes.

Desde pequena sonhava em ser aeromoça pois adorava sentir a energia de novas pessoas, de novos lugares. "Eu sempre fui acostumada a viajar, meus pais moravam em Cidades distintas. Por esse motivo já perdi até a conta de quantas vezes viajei".

Porque ser tão feliz? Nos tempos de hoje a felicidade não é encontrada tão facil, as pessoas vivem estressadas por causa do trabalho. Mas Alda diz que não tem segredo, a unica felicidade é acreditar na força de Deus e fazer o que gosta. "Gosto de dividir experiencias, e o mais importante arrancar sorrisos das pessoas. Acho que Deus manda cada um na terra para fazer alguma diferença e posso dizer que eu já achei algo em que sou boa; alegrar as pessoas!".